Páginas

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Blocos para ganhar forma!


Depois desta fase em que me estive a preparar para escalar montanhas, nos próximos meses vou dedicar-me um bocado mais ao bloco. 

O bloco ou boulder é a escalada de pequenos blocos com cerca de 2 a 6 metros de altura e em que a segurança do escalador é feita não por cordas, mas apenas por colchões e a ajuda de “spotters” (que mais não são do que os nossos amigos que ficam a controlar o nosso progresso e a amparar ou direccionar as nossas quedas para cima dos colchões).

O meu plano é agora fazer bloco mais regularmente por várias razões: é excelente para ganhar força e também para melhorar algumas técnicas e movimentos da escalada, mas sobretudo porque é muito divertido, mais relaxado do que a escalada desportiva (com corda) e mais social. Ir blocar é sempre sinónimo de muito bons momentos em grupo. Também costuma ser sinónimo de pele esfolada e dores nos braços e costas durante 2 dias ... e as dores são sinónimo de evolução :)

E para além de tudo isto, cada vez mais estudos mostram que o exercício anaeróbico, ou seja, de elevada intensidade, tem um efeito muito positivo no controle das hiperglicemias! Portanto são só vantagens!

Sintra é o local onde mais tenho feito bloco. Há imensas áreas espalhadas pela serra, cada uma com as suas características e encantos únicos: Peninha é uma das minhas preferidas pelo ambiente de “floresta encantada”; nos Capuchos há blocos fenomenais onde não há nada para agarrar mas mesmo assim lá vamos subindo (numa mistura entre escalar e levitar); malveira é um verdadeiro oásis nos dias de inverno e chuva; tapada tem blocos absolutamente lindos (se bem que alguns são assutadoramente altos)... enfim os sectores, são tantos e tão bons que é uma sorte termos Sintra aqui tão perto! 

As fotos são da Teresa Sousa! Para saberem mais sobre o bloco em Sintra, podem ir aqui ou aqui ou ainda aqui.


sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Jordânia


Nos últimos 15 dias andei pela Jordânia e a viagem correu mesmo bem a todos os níveis. Escalei imenso, passeei imenso e diverti-me ainda mais. Para além disso tenho andado com um óptimo controlo glicémico o que me deixa ainda mais contente.

Eu e o Mário, o meu companheiro, começámos a viagem com alguns contratempos e a adaptação ao Wadi Rum não foi fácil. Por lá é tudo muito diferente e um bocado extremo: montanhas, calor, frio, vento, tempestades de areia, chuvadas… Num momento podemos estar a derreter ao sol e no momento seguinte, quando ficamos à sombra ficamos a tremer de frio. A rocha também pode ser excelente e uns metros acima começar a desfazer-se, tocamos-lhe e pulveriza-se em areia! Como não tínhamos experiência a escalar arenito, os primeiros dias foram de adaptação, até começarmos a saber ver em que rocha podemos confiar e quando é que é necessário cuidado extra.

A orientação também não é nada fácil. O terreno é um pouco labiríntico, com as montanhas a serem cortadas por “siqs” (canyons) e cheias de plataformas intermédias e torres por cima de outras torres. Ou seja, a orientação é muito mais tridimensional do que estou habituada, havendo vários níveis de montanhas e torres interligados por canyons.

Nos dois primeiros dias fizemos umas escaladas que não nos deixaram muito confiantes por não estarmos muito habituados à rocha. No terceiro dia  acordámos cedo para fazer uma via beduína (os caminhos que os beduínos fazem pelas suas montanhas há muitas centenas de anos). Depois de caminhadas, trepadas e escalada em rocha duvidosa, chegámos a um patamar que tinha uma vista excelente, mas que não tinha nada a ver com o local onde deveríamos estar… o pior era o facto de voltar tudo para trás não ser nada fácil. Como não dava para destrepar, tivemos de montar rappeis em rocha que se desfazia... medo!!!

Mas depois destes primeiros dias atribulados, as coisas começaram a fluir. Habituámo-nos ao tipo de rocha e de escalada e começámos a orientar-nos melhor. Escalámos fissuras, chaminés, diedros e placas. Fizemos “caminhos beduínos”. Dormimos no deserto...

Em relação às refeições, também correu tudo melhor do que eu estava à espera. Como sou semi-vegetariana (não como carne) estava com algum receio da comida. Mas a comida na Jordânia é bastante variada e sempre acompanhada com imensos vegetais, saladas, molhos de yogurte e de hummus (pasta de grão)…  por isso acabei por comer sempre bem. Mesmo no Wadi Rum, que é desértico e mais isolado, encontrei sempre bastantes vegetais e até fruta. A única coisa que não correu tão bem foi o pão. Normalmente só têm o pão tipo pita que descobri não me fazer nada bem, provocando-me hipers. Felizmente encontrei algumas alternativas como um outro tipo de pão, torrado, que resolveram o problema. 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Celebrações do Dia Mundial da Diabetes

O Dia Mundial da Diabetes é celebrado a 14 de Novembro e este ano tem por tema - Diabetes: proteger o nosso futuro.
 

 Por todo o mundo estão a organizar-se celebrações! Por cá também vão haver várias:



Em Lisboa a APDP convida todos as pessoas com diabetes, amigos e família a irem pedalar para dar cor azul à estátua D. Pedro IV na Praça do Rossio na próxima 3.ª feira (dia 13) entre as 8h e as 20h. O Núcleo Jovem APDP quer juntar o maior número de pessoas possível às 18h30.
A Associação de Diabéticos do Minho vai comemorar o Dia Mundial da Diabetes, com diversos eventos
A Aedmada fará rastreios em Faro no dia 14

Santarém acolhe as comemorações nacionais do “Dia Mundial da Diabetes” promovidas pelo Ministério da Saúde, através do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes, assinalando o acontecimento com a iluminação do edifício dos Paços do Concelho com cor azul, de 12 a 19 de novembro.
As comemorações prosseguem em Santarém, no dia 17 de novembro, com o 6º Forum Nacional da Diabetes, no CNEMA – Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas.
No dia 17 de Novembro irá decorrer o Forum nacional da diabetes em Santarém.

A AJDP está também a planear uma actividade que terá lugar em Lisboa e no Porto e que incluíra uma actividade de rastreio e angariação de donativos, assim como uma distribuição de bolo como forma de celebrar este dia tão importante.


Infelizmente estas comemorações calham todas na minha viagem às arábias... mas vou a torcer para que corram muito, muito, muito bem!

domingo, 4 de novembro de 2012

O efeito das hipers no desporto


Não, não foi uma troca! É mesmo disto que quero falar! O efeito do desporto no controlo das glicemias é muito falado, mas o efeito de glicemias desreguladas no desporto nem tanto. Mas existe!

Já notei várias vezes que quando tenho muitas hipers, ando muito mais cansada e sem energia para fazer exercício. E quanto menos exercício faço, mais difícil é controlar as glicemias. É 1 círculo vicioso difícil de combater. E a solução tem passado por descobrir o porquê das hipers e controla-lo de maneira a quebrar esse ciclo. Há uns tempos, tive de alterar a medicação que já não era a adequada para mim. Agora voltei a andar com muitas hipers por causa de uma infecção que estou a tentar combater… a ver se passa rápido porque passar o fim de semana em casa não tem piada nenhuma...

Ou seja, fazer exercício para manter as glicemias sob controlo é óptimo, mas nem sempre funciona de forma tão linear… e às vezes é preciso estar atenta e atuar de outras maneiras.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Encontro de bloco na pedra do urso

O encontro de bloco foi excelente. A organização fantástica, o tempo a ajudar, um jantar 5 estrelas e o convívio a seguir melhor ainda, foi para todos os gostos!

Destaca-se a beleza natural do local e a excelência do spot, a Pedra do Urso é quanto a mim o melhor local de bloco, mas melhor dirá a João, que tem outro andamento nestas lides. Por falar nisso, a minha querida colega de blogue ficou num honroso quarto lugar numa das modalidades da competição! E se tivesse havido escalões por sexo teria ganho o primeiro lugar, visto que não houve mais nenhuma mulher premiada! Grande João!

Eu, para iniciada, também não me saí mal de todo... pelo menos diverti-me imenso e fiz muita, muita força. Muito mais do que estou habituada na escalada desportiva. Como resultado acabei por ter várias hipos no dia seguinte! Não valorizei devidamente a atividade porque é muito diferente do que estou habituada a fazer e achei que não tinha feito grande esforço mas o meu organismo mostrou-me que estava enganada!

Deixo aqui algumas imagens do encontro para aguçar a curiosidade:
Panorâmica de um dos sectores de bloco. Foto de Teresa Sousa.
Eu a apertar forte :). Foto de Paulo Ponte

MJ num dos muitos blocos excelentes do urso. Foto de José Luís Carvalho.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

De volta às meias

Ainda não tinha tido tempo de partilhar convosco (ando numa correria louca entre o trabalho e os putos) mas estou de volta às meias!
Custou porque há muito não fazia uma e estavam 26º C mas estou muito feliz por ter voltado!



segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Encontro de Bloco na Serra da Estrela

No próximo fim de semana de 12 a 14 de Outubro vai haver um encontro de Bloco na Pedra do Urso, Serra da Estrela.
Este Evento é organizado por um grupo de Escaladores locais, com a colaboração do Clube de Montanhismo de Seia e a Adriventura,Lda. e é aberto a quem queira participar, escaladores e não escaladores! Eu e a Maria João vamos! Apesar de estar na Covilhã há 4 anos não tenho feito muito bloco, e vou aproveitar para conhecer melhor a área e os blocos... geralmente faço escalada desportiva (ainda hoje estive em Penha Garcia, a arranhar uma via que está a dar luta). 
A escalada engloba atividades bem distintas, como a escalada clássica, a escalada desportiva, o bloco, o psicobloco, a escalada no gelo. Se quiserem saber a diferença entre estas coisas todas, cliquem aqui.
Para mais informações, podem ir aqui ou contactar a organização pelo e-mail colectivomaobranca@gmail.com
Ficha de inscrição aqui!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Alimentação para desportistas diabéticos

Comer é essencial durante as atividades desportivas mais longas – caminhadas, btt, montanhismo, escalada, etc.. Mas para diabéticos, a escolha dos alimentos pode ser complicada.

Para mim é! Como já devem saber, costumo fazer escalada, normalmente durante todo o dia. Por isso tenho de me ir alimentando. Os meus amigos escaladores usam uma série de alimentos para desporto como bebidas energéticas, barras de cereais, barras proteicas, etc. Para mim, a maioria é totalmente errada. O isostar, por exemplo, é como um shot de açúcar que vai quase directamente para o sangue e me provoca hiperglicemias. As barras normalmente têm também demasiado açúcar…

A alimentação durante o exercício depende sobretudo do tipo e intensidade do exercício. Nas longas caminhadas que fiz durante o verão, comi barras e géis com muitos açúcares e mantive a glicemia baixa, mas na escalada não posso fazer isso porque os gastos energéticos são relativamente baixos – a duração da actividade é geralmente curta, pausada, intercalada com descansos e portanto os gastos bastante menores do que por exemplo na corrida ou bicicleta.

Por isso, preciso de hidratos de carbono de absorção lenta. Mas também preciso de proteínas e sais minerais e esses normalmente vêm em produtos com muito açúcar que não me fazem nada bem…
Tenho testado algumas alternativas e em breve coloco-as aqui. Entretanto deixo-vos alguma informação que tenho andado a pesquisar sobre a relação entre a diabetes, o desporto e os gastos energéticos:

Durante o exercício, os músculos vão buscar energia à glicose e às gorduras. Primeiro começam por utilizar a glicose disponível nas células e no sangue e rapidamente passam à glicose armazenada no fígado. O fígado também pode produzir glicose a partir de proteínas. Quando as necessidades energéticas aumentam, a glicose só por si já não é suficiente para manter os músculos a funcionar e começamos a utilizar gorduras (normalmente armazenadas em tecidos como cintura, ou coxas). 

A utilização destes combustíveis está dependente de hormonas, sendo a insulina uma das mais importantes: permite a entrada da glicose nas células; promove o armazenamento de glicose pelo fígado; inibe a libertação de glicose pelo fígado; inibe a libertação de gorduras dos tecidos adiposos e promove a síntese de proteínas. Outras hormonas funcionam no sentido oposto à insulina, promovendo por exemplo a utilização de gorduras. O nosso organismo, vai utilizando estas várias hormonas durante a atividade física de modo a que haja sempre “combustível” para as células funcionarem. 

A diabetes complica o bom funcionamento desta complicada máquina. Um diabético tipo 1, ao aplicar injecções de insulina regularmente, está a tentar reproduzir este equilíbrio. Um diabético tipo 2, ao tomar medicação, está a fazer o mesmo. No entanto, estes ajustes “artificiais” que os diabéticos fazem dependem muito do tipo e intensidade da atividade física – os diabéticos têm por isso de aprender a ajustar a quantidade de insulina que utilizam (ou outra medicação no caso dos tipo 2) e a alimentação ao exercício que vão fazer. E isto só se consegue com experiência… Mais informação aqui e aqui.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Diabéticos nos Alpes

Hoje não vou falar das minhas atividades mas sim das de três bons rapazes diabéticos da AJDP que chegaram agora dos Alpes: o Paulo Ponte, o Paulo Carrilho e o Frederico Teixeira.
Este pessoal acaba de fazer com sucesso 2 picos em 4 dias: o Monte Rosa (4,634 m), que é o ponto mais alto da Suiça e o Gran Paradiso (4,061 m) que é o ponto mais alto da Itália.
Balanço: glicémias controladas (até porque levavam uma médica com eles para os pressionar, a Silvia Saraiva:), grande diversão e muito exercício.
Parabéns a todos!


terça-feira, 4 de setembro de 2012

Escalada nos Picos

          Face Oeste do Pico Urriellu                     

Hum… a escalada nos Picos de Europa… como descrevê-la? Segundo um Asturiano que por lá conhecemos: “Ai que tener-lo consolidado!” o que traduzido para português dá qualquer coisa como “escalada dura, duríssima, exposta, aérea, mental… portanto não te armes em esperto... e na dúvida, não penses muito, segue para cima... e reza a todos os santinhos…”

Postas as coisas assim, até que a experiência correu bastante bem. Comecei com uma lição de humildade dada pela Murciana, uma via na estupenda face Oeste do Urriellu (na foto). Começámos um pouco tarde, mas até estávamos a deslizar bem via acima até chegarmos aos largos de artificial. 

A fantástica via "Espolon Sur" no Cueto Agero

A falta de experiência neste tipo de escalada fez-nos demorar e cansar muito mais do que estávamos à espera. Quando acabámos percebemos que não teríamos tempo para acabar a via de dia e, com muita pena resolvemos descer.

Depois de uns dias a descansar nos vales e na praia e de um dia de escalada desportiva, muito mais tranquila, voltámos a atacar os picos. Fiz a maior via de sempre – o Espolon Sur no Cueto Agero – que incluía 1 hora a caminhar até à base e 540m de escalada e também a via mais assustadora de sempre – o Gran Diedro de Peñalba – em que a rocha era tão podre que a tinha de agarrar e pisar com o máximo cuidado. Nunca dei tanto valor ao meu capacete! 

 Enfiada no grande diedro do "Gran Diedro" Podre
Onde está o wally? ok, as vistas pelos
vistos eram boas... eu não me recordo...
 Já em solo firme, a asneirar em castelhano...
Até podia dizer que pelo menos tinha valido a pena pelas vistas, mas a escalada foi tão stressante e tão demorada (estivémos mais de 10h na via a tentar escolher o caminho menos mau, a tentar fazer reuniões com uma protecçãozinha em que confiássemos…) que nem apreciei as vistas lá de cima. Sabia que ainda tinha de fazer 3 rappéis pela outra face da torre (que desconfiava serem também em terreno escabroso) e encontrar o caminho de regresso que não conhecíamos.  E não queria acabar de noite… resumindo: estive quase sempre em stress primeiro para não morrer agarrada a um calhau em queda livre, depois para tentar sair dali ainda de dia. 

Quando chegámos ao chão comecei a debitar todos os palavrões que conhecia. Quando acabei, repeti-os em espanhol, depois em francês e quando estava a passar ao inglês, chegámos ao refúgio do Collado Jermoso, lembrei-me que estava com uma fome desgraçada e esqueci a via para me focar a 100% num belo Macarroni 3 quesos!

As glicemias?? Não faço ideia... não parei para medir... mas devem ter andado ao rubro com tanta adrenalina. Baixas não andaram porque não queria arriscar ter 1 hipo por ali e fui sempre engolindo barras...

Mas as experiências não foram todas assim tão extremas! Pelo meio fizemos a via "Divertimiento" na Peña de Regaliz, muito tranquila e em rocha muito sólida. Foi realmente pura diversão!





       Na via "Divertimiento"       

                No topo do divertimento...          

... a descansar do divertimento

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Picos de Europa

Na caminhada até à base do Urriellu
A medir a glicemia numa das subidas
Com a troca de última hora dos Pirinéus pelos Picos, estava um pouco apreensiva, afinal não era para os Picos que me tinha andado a preparar. E as diferenças são bastantes – o tipo de rocha, o tipo de escalada, as aproximações. Para escalar nos Picos, é preciso caminhar muito o que implica levar tenda e acampar, implica outra logística e implica andar muitos quilómetros em terreno íngreme com uma mochila super pesada que para além do material de escalada inclui tenda, saco-cama, roupa, comida para vários dias, fogão, panela, etc… E, ao contrário do que eu pensei, essa é a diferença mais importante.

Escalada em Vega de Liordes
Na grande subida para Vega de Liordes
Na primeira caminhada de aproximação ao Pico Urriellu, fiquei logo com uma hipo. E nos 3 dias que acampei no Urriellu, tive várias… cometi dois erros: primeiro não percebi que subir com quase 20 quilos às costas implica maiores gastos energéticos do que apenas com o material de escalada (na primeira paragem que fiz depois de 1h30 de caminhada já estava em hipo). O meu outro erro foi levar comida mesmo à continha para não ir muito pesada. Estupidez! Estava sempre a contar as barras que ainda tinha e afinal se tivesse levado mais umas ou mais 1 pacote de bolachas não ia fazer grande diferença…

A nossa "fonte" no prado de Vega de Liordes
Na segunda incursão às montanhas, fomos por 6 dias para a parte Sul dos Picos. Acampámos em Vega de Liordes e no Collado Jermoso, dois locais lindos. Ia mais pesada (com mais comida) e a primeira caminhada era bastante exigente, sempre a subir, em terreno instável. Mas como já vinha com a lição aprendida, correu muito melhor. Comi bem antes de começar e depois comi uma barra ou gel ou chocolate a cada 45 minutos. Parece um exagero, mas funcionou na perfeição!

Depois dos 3 dias no Urriellu, precisei de 2 ou 3 dias para me recuperar totalmente. Acho que esgotei grande parte das minhas reservas de glicose dos músculos e fígado e ainda entrei pelas de gordura (valores de c.cetónicos de 0.3). Mas depois dos 6 dias no Sul, estava quase como nova! Acho que não cheguei a ir às reservas. Esta experiência fez-me perceber um bocado melhor como o meu corpo vai utilizando as reservas de energia. O mais engraçado foi que o meu companheiro, mesmo não sendo diabético, também começou a comer mais regularmente por de alguma forma estar sensibilizado e também notou que não ficou tão cansado nem com tanta vontade de comer montes de porcarias no regresso à “civilização”…
As vistas no caminho para o Collado Jermoso

Acabei por aprender bastante com esta experiência, e voltei a surpreender-me com o efeito da actividade física nas glicemias. Mesmo sem tomar o gludon (que tomo todos os dias para estimular a produção de insulina) e comendo bastante, estive a maior parte das férias com glicemias bastante baixas. Quanto à escalada correu muito bem. Mas isso fica para contar mais tarde...

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Uma nova paixão


O Verão já vai longo e eu estou a divertir-me imenso. Apesar destas férias não ter podido fazer o que mais adoro - viajar - estou a procurar tirar o máximo partido daquela máxima do "Vá para fora cá dentro". Estou a escalar sempre que posso e a revisitar as escolas aqui da zona: Fenda (Arrábida); Azoia (uma escola relativamente nova mas que recomendo vivamente para quem está a fazer sexto grau); Guia (Cascais).

E  tenho uma nova paixão. Descobri o surf. Adoro. É o máximo. O desafio destas férias caseiras foi fazer um mini curso de surf de 4 aulas ali mesmo na Costa da Caparica. Lá fomos nós. E digo-vos: estar dentro de água, sem frio nenhum porque temos o fato, a tentar apanhar ondas e a ouvir as gaivotas é muito, muito giro.

Surf e diabetes: confesso que na excitação da novidade, nem me lembrei que era diabética. Juntei as asneiras todas: entrei para a água sem fazer a glicémia, não comi e não tinha acuçar à mão. Lindo, não foi? Pois, no fim estava de rastos e quando fiz a glicémia: 50. Fiz tudo o que não devia.

1) era um desporto novo para mim. Na verdade vai ser pelo menos no próximo ano, o corpo leva tempo a adaptar-se

2) o surf desgasta mesmo MUITO. É um exercicio aerobico, mexe com o corpo todo, nada-se, anda-se dentro de água, força para nos erguermos na prancha...

3) é de longa duração. Cada aula são 2 horas.

Coisas para além da diabetes: começar algo de novo aos 37 anos não é um disparate, pode ser muito giro. É claro que o meu filho de 7 anos me dá baile e já se põe de pé na prancha e eu não mas... desconfio que me divirto tanto ou mais que ele!:)




quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Projecto Blue O

Há pouco tempo tivemos conhecimento do projecto Blue O do Carlos Farinha e achámos uma excelente iniciativa! O projecto divulga e apoia a prática de BTT por diabéticos, e ao longo do tempo tem recebido mais e mais apoiantes, nem todos diabéticos, nem todos praticantes de BTT.

Por isso eu e a Catarina decidimos que, mesmo não sendo praticantes de BTT, queríamos de algum modo apoiar o projecto que no fundo tem muito em comum com o nosso "Diabetes e Picos". E o Carlos recebeu-nos logo de braços abertos num grupo que agora conta com duas "trepadoras"!

Carlos Farinha numa prova de BTT.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Dias de Verão

Depois das férias interrompidas, confesso que fiquei um bocado desanimada...
Mas estes dias até me estão a saber muito bem porque pela primeira vez em muito tempo não tenho plano de treinos, projectos, objectivos, horários, mil outras coisas para fazer... Não ando com aquela sensação de que tenho de aproveitar o tempo ao máximo e tenho passado uns dias bem relaxados, com uma excelente combinação de descanso + praia + escalada com amigos + livros. Enfim, estou a recarregar baterias... mas já começo a sentir vontade de fazer novos planos (e voltar à correria???).

Aqui estão algumas fotos de um dia bem passado em Casal Pianos (Magoito):







domingo, 5 de agosto de 2012

Falsa Partida


Fui de férias. Saí de lisboa ainda a recuperar de uma constipação com umas dores de garganta chatas, mas completamente confiante de que passaria num dia ou dois. Fui andando até aos Pirenéus e a dor de garganta foi ficando. E trouxe tosse. Lá fui escalando alguma coisa, mas nunca a sentir-me a 100%. O que mais custou foram as caminhadas de aproximação em que num instante ficava a arfar… e a tossir. Ao fim de três dias de escalada fácil e em sítios acessíveis, resolvemos fazer um dia de descanso para ver se finalmente curava isto. Mas fiquei ainda pior…

Já estava a ficar farta, cansada, frustrada. Percebi que assim não ia conseguir fazer nada do que tinha planeado. Percebi que a tal “constipação” não ia passar assim tão depressa quanto eu gostaria… e desisti.

Felizmente posso organizar o meu trabalho como quero, por isso voltei para lisboa, voltei ao trabalho e tenciono retomar as férias quando realmente estiver boa, mais para o final de Agosto. Mas estou demasiado frustrada para fazer grandes planos ... provavelmente não vou voltar aos Pirenéus por ser uma viagem demasiado longa e cara… depois de tantos treinos, depois de tanto sonhar com estas férias...

Mas como em tudo, há um lado positivo: passei a manhã de domingo em casa e pude assistir à super renhida maratona feminina onde as portuguesas estiveram em GRANDE! Muitos parabéns às 3!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Férias

Eu em 2010 em Cavallers, Pirinéus, um dos locais por onde vou andar este ano.
As férias estão quase a chegar e eu estou super entusiasmada! Apesar de achar que os meus planos são um bocado megalómanos e que há fortes probabilidades de chegar perto da “Les Enfants de la Dalle” (a via de mais de 1.000m que quero fazer) e fugir com o rabinho entre as pernas…

Mas mesmo que assim seja, há muitas outras vias que quero (e vou) fazer e sinto-me já feliz por poder IR. Por poder ir à aventura, para sítios magníficos, por ir com a melhor das companhias, e por me sentir forte e com ganas para escalar “à muerteeee” J

Mas não vou sem vos desejar a todos umas óptimas férias! Que aproveitem para fazer tudo aquilo que adoram e que normalmente não conseguem fazer – passear, estar com amigos, descansar, e sobretudo, experimentar qualquer coisa diferente… e para os que não têm férias agora, espero que de qualquer modo aproveitem o verão ao máximo, com os seus dias grandes e noites quentes.

Para mim as férias são um período de quebra de rotinas e mais uma oportunidade para explorar, questionar e sair da minha zona de conforto. E nessa onda, deixo-vos um excerto de um documentário que vi há pouco tempo que adorei e recomendo - o "Man on wire":

"Life should be lived on the edge of life. You have to exercise rebellion: to refuse to tape yourself to rules, to refuse your own success, to refuse to repeat yourself, to see every day, every year, every idea as a true challenge - and then you are going to live your life on a tightrope."

terça-feira, 24 de julho de 2012

Primeiro dia de férias


Estou de férias! Estou na minha terra!
E tinha saudades...
Hoje fui para a Azoia, na Serra da Arrábida, e estava calorzinho, mas mesmo assim deu para umas boas trepas.

Eu na "Aurora Boreal"



Esta via é muito fixe. Fi-la em top e é daquelas que preciso de ganhar ainda muita força (e coragem) para fazer à frente. 

Mas esse é plano para estas férias: GANHAR FORÇA.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Acção de Limpeza

Este Domingo vamos participar numa acção de limpeza da Peninha, na Serra de Sintra, organizada pelo BOULDER SINTRA. E depois da limpeza, vamos apertar numa sessão de bloco para todos os que queiram experimentar. Quem quiser vir, será muito bem vindo!
Com tacto - um dos excelentes blocos da peninha. Foto de Teresa Sousa.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Nada que (muito) treino não resolva


Há uns tempos fiz um plano de treinos para me por em forma para as férias. Claro que não o cumpri à risca: acho que era demasiado exigente e houve semanas em que simplesmente não consegui cumpri-lo ou por falta de tempo ou por estar demasiado cansada…

Mas vendo bem, acho que um programa de treinos deve ser assim - tão exigente que às vezes não o conseguimos cumprir. E uma semana de “balda” aos treinos também é excelente para recuperar tudo e para, quando conseguimos voltar a treinar, percebermos o quanto já evoluímos.

Bloco em Sintra. Foto de Teresa Sousa.
Em relação aos resultados, houve já algumas alturas em que senti que eles estão a aparecer, mas esta semana estou tão cansada que parece que me arrasto em coisas relativamente fáceis! Mas penso (espero!) que uns dias de descanso serão o suficiente para depois sentir os verdadeiros efeitos…

As glicemias também têm andado bastante bem (tirando 2 dias um bocado altas por causa de uma constipação). Mas ainda me preocupa como ajustar a medicação e a alimentação a dias com muito exercício aeróbico durante muitas horas (como os que quero fazer nas férias) porque os testes que fiz não correram muito bem. Mas já me deram umas dicas: os gastos começam a aumentar exponencialmente com exercício continuado e tenho de comer com muito mais frequência do que normalmente para evitar hipos. Além disso, tenho de comer coisas com açúcar e hidratos de carbono de absorção rápida, coisas que eu normalmente evito. Mas também não posso exagerar ou acabo com hiper… é um equilíbrio delicado que depende de N variáveis como a intensidade do exercício, o que fiz no dia anterior, o que comi, etc. e por isso é difícil acertar. Mas nada que mais treino não resolva ;)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Às vezes é preciso imaginação

Como sabem, tem estado uma brasa. Aqui no interior, pior. O pessoal da Covilhã diz que temos 9 meses de Inverno e 3 de Inferno. Têm toda a razão.
Resultado: treinar custa imenso.
Por isso mesmo, agora estou a correr de noite. Jantar despachado, putos na cama, cozinha arrumada e lá vou eu!
 

Caso pensem em não levar o frontal, faz mesmo falta!