Páginas

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Neve de Primavera

Pois é, este ano a Primavera está de mal com a escalada...tive uma Páscoa como a Maria João - com mau tempo e pouca escalada - e desde aí os fins de semana também não têm tido condições para as trepas. Mas mantenho-me a correr e no último domingo o sol despontou aqui pela beira interior. Lá fui eu para a serra fazer... neve! Em finais de Abril parece insólito mas a verdade é que estava rijinha e fizémos um belo corredor de neve que deu para tirar um pouco a barriga de misérias!

O entusiasmo foi tanto que não me preveni devidamente. Dei por mim a meio de um corredor de neve, com cerca de 1hora de regresso para fazer, a subir e sem acuçar ou qualquer outro suplemento. Isto de alguém com quase 30 anos de diabetes é vergonhoso, não? Acontece. A determinada altura a diabetes está tão inculcada em nós e nas nossas rotinas que nos esquecemos dela. Sobretudo quando estamos entusiasmados com qualquer coisa. Mas também pode acontecer porque estamos muito tristes ou muito stressados. É fácil acontecer mas não deve, porque pode ser muito grave. No meu caso no domingo cheguei ao carro com 70 mas se tivesse levado mais tempo poderia ter descido muito mais.
Moral da história: viver com a diabetes não é esquecê-la! Devemos ter sempre suplementos à mão. Por exemplo sair já de casa com os bolsos cheios ou a mochila precavida!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Balanço de Férias


Acabo de voltar de umas curtas férias no sul de Espanha. O descanso já me fazia falta mas por causa do mau tempo acabei por ter muito mais descanso do que tinha planeado …

Lá escalei alguns dias entre chuviscos, toda encasacada, recorrendo a esquemas para não enregelar (como pôr os pés-de-gato dentro da camisola para aquecerem antes de os calçar para escalar).

Mas ainda deu para fazer muitas vias novas e para perceber que estou em péssima forma física! Em termos de escalada técnica, de equilíbrio, acho que estou melhor do que nunca. Tenho evoluído bastante a nível técnico, provavelmente fruto da acumulação de metros e metros e quilómetros de escalada em muitos ambientes e muitos tipos de rocha.

Mas em tudo o resto estou péssima! Em escalada de resistência ou continuidade não aguento 1 boi! E nas caminhadas de aproximação pareço 1 caracol que, em vez de baba, deixa 1 rasto de suor!

Mas porquê???

Uma das razões é sem dúvida o facto de ter passado recentemente 2 meses com grandes dificuldades em controlar as glicémias, sempre com hipers. O nosso sistema de saúde tem alguma tendência para nos fazer acreditar que a regulação das glicemias nos tipo 2 depende de nos alimentarmos e exercitarmos convenientemente. E se isso não funciona, devemos estar a fazer algo errado… este preconceito levou a que eu tentasse controlar as hipers reduzindo a ingestão de hidratos de carbono. Claro que para quem faz muito exercício isto não é nada boa ideia e em pouco tempo comecei a perder peso e a ter menos energia. O meu problema não é comer de mais ou fazer exercício a menos, o meu problema é que o que como fica a “nadar” no sangue e não me chega às células… Agora, com um melhor ajuste na medicação, estou bem… mas perdi forma!
Um dos sectores de escalada na Desplomilandia, Malaga

A outra razão para a perda de forma foi a falta de exercício aeróbico, já que há alguns meses que não corro e nem a escalada nem o remo que às vezes faço em casa substituem a corrida no condicionamento aeróbico…

Portanto, as resoluções pós-férias são:
1.       Voltar a correr;
2.       Não voltar a tentar controlar as glicemias com “anorexia”
Se virem que não as estou a cumprir, puxem-me as orelhas ;)