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quarta-feira, 10 de maio de 2017

Dieta cetogénica parte 2

Como já referi, tenho usado a dieta cetogénica ou cetónica (keto diet/ ketogenic diet) para manter um melhor controlo gicémico. Na minha breve experiência com o Libre, as diferenças para uma dieta à base de hidratos de carbono são incríves.
Pequeno almoço cetogénico: yogurte grego com chia,
farinha de linhaça, frutos secos e frutos vermelhos

Mas o que é a dieta cetogénica? Numa alimentação dita “normal” grande parte da energia vem dos hidratos de carbono (HC). Na dieta cetogénica a ingestão de HC deve ser mínima e a maioria da energia (70-75%) vem das gorduras.

O nosso organismo pode usar HC ou gordura (cetonas) para produzir energia. Mas estamos adaptados a usar os HC que comemos como fonte primária de energia. Isto acontece porque não conseguimos armazenar HC; os que comemos em excesso são armazenados em forma de gordura. Como a gordura pode ser armazenada, quando temos as duas fontes disponíveis, usamos primariamente os HC.

Hoje em dia, as pessoas ingerem sempre HC e comem com muita frequência, e nunca precisam de queimar gorduras. Por isso não estamos adaptados a usar a gordura que temos armazenada. Quando já temos poucos HC disponíveis, sentimos fome e vamos novamente comer HC.

Quando limitamos a ingestão de HC, o nosso corpo adapta-se e começa a usar gordura como principal fonte de energia. Mas isto não acontece facilmente, temos de limitar de forma significativa a quantidade de HC que ingerimos. O nosso corpo leva alguns dias a adaptar-se, a criar as enzimas necessárias para usar essa fonte de energia.

Esta dieta surgiu inicialmente como terapeutica para a epilépsia e só recentemente começou a ser utilizada noutros contextos, como forma de perder peso, de controlar os níveis de colestrol, reduzir o risco de doença metabólica ou ajudar no controle da glicémia em diabéticos tipo 2 e tipo 1. (vejam por exemplo aqui, aqui, aqui e aqui).

A sua eficácia no tratamento de diabetes tipo 1 ainda não foi testada de forma científica, mas um artigo de revisão indica esta dieta como potencialmente muito positiva também para diabéticos tipo 1.

Os diabéticos que têm experimentado referem como principais vantagens um maior controlo glicémico, com muito menos hiperglicemias e hipoglicemias. Mas também cria algumas dificuldades já que é uma dieta bastante restritiva, com várias limitações. De seguida vou fazer um post sobre vantagens e desvantagens da dieta.


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